Já que, cresci ouvindo a minha avó dizer que eu precisava “estudar para ser gente” enquanto estudava despertava cada vez mais o desejo de ser professora. E esse desejo foi aumentando enquanto cursava as séries iniciais do ensino fundamental I. Lembro-me bem da professora Valdelita que mim acompanhou durante os meus primeiros anos escolares e deixou grandes marcas; gostava de ir para a escola ( e olha que ainda existia a reguada para quem não acertasse a tabuada) e tinha também lições decoradas, todas ensinadas por D.Dina. Este ensino era mecânico, repetitivo, através do condicionamento, do estímulo e da recompensa como descreve Skinner; eu tinha muita facilidade em decorar, e era o que a pró Valdelita sabia fazer: ensinar através do ato de decorar, copiar e repetir para aprender; e fazia com tanta dedicação e seriedade que dava bons resultados. As vezes questiono é como em meio a tanto avanço educacional e tecnológico uma criança dita “normal” pode estudar três, quatro anos, as vezes mais, e não consegue codificar as palavras.
Em fim posso dizer que o meu primário e mais tarde o magistério foram determinantes para a minha formação tanto pessoal como profissional. Então, continuando a minha história, quando concluir o ginásio como dizíamos e comecei a cursar o primeiro ano do curso de magistério, incentivada pelos meus professores, diretor e amigos; assumi uma sala de aula do ensino fundamental I, multisseriada na zona rural, na cidade de Itamari onde eu morava, por determinado período enquanto contratavam um professor com experiência, disponibilidade e que fizesse parte do grupo político que acabara de ganhar as eleições, já que estávamos em fase de transição de governo. Porém, mesmo sem experiência mas considerada pelos pais e alunos como “boa professora” esse contrato estendeu-se por três anos, tempo que conclui o magistério; esta foi uma das mais preciosa experiência da minha vida.
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